Jovens descolados e tecnologia de ponta
Normalmente quando nos deparamos com empresas do mundo digital, como o Google e Facebook, nossos pensamentos viajam para um universo moderno onde a tecnologia de ponta é companheira do grupo de jovens descolados e muito competentes que trabalham em ambientes arejados e com muitas regalias.
Tanto que normalmente, as gestões dessas empresas são focadas em resultados, e para reter o time de colaboradores, muitos benefícios são oferecidos.
O Google é um exemplo de empresa na qual todo jovem quer trabalhar, justamente pelo clima descontraído oferecido aos criadores “Posso trabalhar de bermuda, andar de patins, comer salgadinhos e tocar um instrumento com outros engenheiros”.
O conceito criado por mim de Empresa Rock, tem muito a ver com empresas do segmento de tecnologia, pois a palavra chave é ter atitude, item básico para o engajamento de jovens na estrutura organizacional.
Também temos nessas organizações tecnológicas, pitadas de Empresa Jazz, onde a criatividade e improvisação se somam ao contexto Rock, resultando em ótimos produtos recheados de ritmo, harmonia e melodia.
O conceito de empresa clássica que venho desenvolvendo tem como premissa básica a existência de um bom maestro (gestor) que comanda um grupo de excelentes músicos (time de colaboradores), mas quem realmente dá as ordens é o regente.
Maestro Leonard Bernstein atração na Broadway
Como exemplo cito, um competente gestor clássico, o maestro Leonard Bernstein – americano (1918 – 1990), que foi um dos mais talentosos músicos do século XX. De personalidade forte, curiosidade intelectual inesgotável, sobressaiu-se em dois campos: regência e composição de musicais e espetáculos de dança da Broadway. Também foi eminente compositor de música de concerto, embora nesse campo suas realizações tenham sido mais irregulares e controversas. Exemplo de sua obra está em West Side Story, um dos mais importantes musicais de todos os tempos, onde ele adapta o drama de Romeu e Julieta, de Shakespeare à Nova York dos anos 50.
No mundo contemporâneo observamos que uma das mais valiosas empresas é a Apple, criada pelo gênio Steve Jobs, já falecido. Dentro do meu Projeto Tocando sua Empresa ela tem um perfil Jazz/Rock por ter as características próprias deste segmento, mas ao contrário, ela é fundamentada sobre rígidos princípios clássicos.
As modernas teorias de administração de negócios, não se adequam à estrutura imposta por Jobs, mesmo assim, a empresa detém elevadíssimos índices de aprovação por uma plêiade de usuários fanáticos pelos produtos Apple, incluindo o autor deste artigo.
Para podermos analisar as diferenças básicas entre modelos de gestão das empresas do segmento de tecnologia, relaciono a seguir alguns pontos interessantes.
Na Apple, as decisões são centralizadas e na época de Jobs os seus colaboradores eram tratados de maneira ríspida.
A arte de delegar tarefas
Nas organizações convencionais, os CEOs sabem delegar tarefas, sempre dividindo os resultados alcançados com seus colaboradores.
Quanto ao desenvolvimento de produtos, as empresas do setor adoram diversificar, lançando ao mercado, inúmeros modelos e tipos de equipamentos. A Samsung, concorrente mundial da Apple, lançou cerca de 42 variações do smartphone Galaxy, em três anos.
Já na Apple a máxima seguida é que toda sua linha de produtos devem caber numa mesa de reunião. Por ano, a meta da empresa é desenvolver três projetos, no máximo.
O ambiente de trabalho nas modernas organizações de TI, conforme citado no início desta matéria é agradável e descontraído, no entanto na Apple vale a regra – cumprir o que é ordenado.
Internamente o ambiente é muito competitivo, os projetos são definidos e restritos a grupos específicos, não existe a mistura de equipes, cada qual desenvolve sigilosamente seu produto.
Mais um item interessante é voltado para as tratativas com os investidores. Normalmente, as empresas tentam convencer seus parceiros a colocarem mais recursos na organização, mantendo uma relação bastante amigável com os “sócios” investidores. Na Apple os investidores são tratados à distância.
A remuneração do pessoal da Apple é considerado normal e nivelada com os valores praticados pelo mercado, a empresa não é aberta para a discussão de salários. Os empregados são pressionados a produzir sem reclamar, com uma carga horária as vezes pesada. Muitos trabalham durante anos numa mesma função, o que não ocorre nas empresas convencionais que costumam ter planos claros de cargos e salários.
Finalizando podemos observar que neste século digital, não existe fórmula definida para a gestão de empresas.
Mesmo métodos ortodoxos, repudiado pela maioria dos gestores, podem ser altamente eficientes, como no caso da Apple.
Concluo desta forma, que empresas devem seguir a orientação maior dos seus líderes. E, quando competentes o sucesso aparece, quando incompetentes, os prejuízos afloram.
O estilo musical das empresas modernas
Empresas modernas devem ter um pouco de cada estilo musical: Jazz, Rock, Samba e Clássico, mas sempre com olho aberto para o mercado consumidor, sabendo satisfazer os anseios dos clientes e retendo os talentos internos.
Não existe fórmula mágica! O que manda é que empresas tenham gestores com visão de futuro, garra, liderança, facilitadores da inovação e o mais importante, que obtenham resultados para os investidores.
Parabéns à Apple.