Dizem que o estilo “Jazz” não cria nada novo, que está ultrapassado e que até morreu para nunca mais voltar.
Para quem acompanha e toca, sabe perfeitamente que ele é a base de novos modelos musicais e sempre se apresenta com novas roupagens.
Alguns líderes musicais vivem inovando e criando novos arranjos de velhos temas ao longo das últimas décadas. Um exemplo é o mestre dos mestres: Chick Corea, americano nascido no estado de Massachusetts.
Esse artista tem se apresentado com freqüência aqui no Brasil e a cada vinda, traz algo novo na bagagem.
Anos atrás, tive a satisfação de assistir uma apresentação ao vivo desse extraordinário artista e após o show pude conversar com ele por algum tempo. Para mim foi algo inesquecível estar defronte ao músico que está marcando gerações com sua inesgotável capacidade de criação musical.
Modelos de gestão empresarial devem seguir os preceitos adotados na música. Vejam bem, Chick tem por premissa dar oportunidade a novos TALENTOS assim como fez com os contrabaixistas Miroslav Vitous e Avishai Cohem, hoje referências no mundo do Jazz.
Para gestores com “Visão Jazzística” é comum e natural eles abrirem as portas das suas organizações para novos profissionais, oferecendo muitas oportunidades a jovens ávidos por um lugar ao sol.
Parafraseando Chick Corea: – “Descobrir novos talentos é tão importante como se alimentar. Existe um frescor na música desses meninos que ajuda a me manter vivo, diz o músico”.
“Return to Forever” é o nome do álbum lançado em 1971 por Chick, e que se mantêm atualizadíssimo. Contou com a participação do baixista Stanley Clarke referência mundial no segmento musical e com os brasileiros Airton Moreira e sua esposa Flora Purim, uma excepcional cantora de Jazz.
Nas corporações, implantem processos de “Gestão e não de indiGESTÃO”, com foco no que está ocorrendo de novo no mundo contemporâneo, de forma análoga ao que vem acontecendo com as adaptações no estilo Jazz.
Gestor moderno tem que deixar a coisa fluir, sentindo prazer em comandar sua empresa, estudando o ambiente interno e externo, facilitando a vida dos seus comandados e fazendo com que a máquina consiga rodar sem sua presença constante dando palpites em tudo.
Comandar sua empresa como um maestro pode não ser a melhor maneira de se obter bons resultados. Necessariamente o seu time deve estar afinado como os músicos de uma orquestra, no entanto, uma grande dose de improvisação é fundamental para “Jazzificar” a estrutura, deixando-a com uma melodia bastante harmoniosa e gostosa de ser tocada e ouvida.
Cabe ao gestor alavancar e descobrir os talentos internos, treinando-os para o enfrentamento do dia a dia, sempre dirigindo o time com visão de futuro, dando liberdade e cobrando resultados.
Viva e deixe seu time viver em rede, derrube as paredes dos seus escritórios transformado o ambiente de trabalho num local mais aprazível, humano e acolhedor.
Liberte-se e quebre paradigmas, acompanhe o que vem acontecendo no mundo virtual, pois estamos num novo tempo que não dá espaço para idéias medíocres, antiquadas e ultrapassadas.
Aprenda com os mais jovens a navegar no espaço virtual. Faça como na música, especialmente no JAZZ, onde sempre improvisamos com muito Suingue, Ritmo, Harmonia, Criatividade e Inovação.
Roupagem nova para conceitos antigos: esse é o lema a ser seguido por músicos e gestores no século da convergência.
Finalizo este artigo com uma citação de Chick Corea:
“O Jazz não morre enquanto houver gente com imaginação e vontade de criar”, conceito válido para empresas e organizações.