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mar 30

Gestão com Jazz

 

Jazz x Música Erudita

Uma das diferenças entre o Jazz e a música erudita é que o primeiro retrata o sentimento do instrumentista e o segundo foca o sentimento e criação do compositor.

O Jazz não é algo que se toca, mas como se toca.

Outros diferenciais do jazz são:

  • Conceito de ritmo bastante acentuado;
  • Super espontâneo onde a improvisação ocupa um lugar de destaque;
  • Profunda contribuição do instrumentista criando belas linhas melódicas e um fraseado diferenciado.

O Jazz não impõe regras rígidas, propicia aos músicos uma liberdade de improvisação, na qual um pequeno tema pode ser tocado por horas colocando para fora da mente do artista algo que tenha a necessidade de exprimir, utilizando sua maneira subjetiva de expressão.

É interessante sabermos a origem da palavra Jazz.

O termo Jazz nasceu da mutação de JASM e GISM em 1917. O nome tem origem em New Orleans onde a junção das duas palavras dialetais, JASM e GISM, que significam velocidade e energia e eram aplicadas ao esporte e à execução musical instrumental.

O Jazz surgiu das influências da música negra no Sul dos EUA em função direta nas canções que eles cantarolavam nas penosas jornadas de trabalho.

Também as músicas cantadas nas igrejas influenciaram o Jazz além de outros estilos como a música espanhola do Golfo do México, músicas francesas, principalmente o minueto e a gavota, as polkas e as marchas de bandas, tudo somado à aptidão e sensibilidade do ritmo da raça negra.

Também o Blues criado pelos negros serviu como base para o Jazz.

Uma das características do Blues é que ele retrata o estado de espírito relacionado com dormir, viver,  comer, amar, morrer, apresentando um som melancólico – o espiritual (hinos religiosos).

Dentre os muitos estilos do Jazz, destaco:

  • Ragtime: o precursor do Jazz Clássico criado em 1890.
  • Dixieland: modalidade jazzística em que os brancos aderiram em massa à música negra em 1910.
  • Swing: nasceu em Nova Iorque em 1930.
  • Bebop: nasceu em 1940 onde o ritmo é marcado pelo prato da bateria.
  • Cool Jazz: criado em 1950, misto dos estilos swing e bebop, música mais tranquila e introspectiva.
  • Free Jazz: apareceu em 1960 cuja característica principal é o desaparecimento da célula rítmica básica, o ritmo é irregular e a melodia atonal.

O assunto é longo e repleto de histórias, mas a finalidade deste artigo é correlacionar o Jazz com sistemas de gestão.

Sabemos que a música tem um forte poder de transmitir emoções e pode ser utilizada por empresas para estimular seus integrantes a serem criativos e inovadores.

O Jazz, por ter forte característica de improvisação, pode ser um alavancador de idéias que podem melhorar a performance de empresas globais.

Desde o Ragtime em 1890, época que as empresas eram administradas sem nenhum critério, até os dias atuais onde o Free Jazz é apresentado num mundo totalmente globalizado, observamos que o estilo jazzístico tem acompanhado a evolução dos sistemas de gestão.

Naquela época os trabalhos eram passados pessoalmente dos mestres para seus aprendizes, os processos eram artesanais e personalizados, assim como as músicas eram ensinadas e transmitidas de músico para músico.

Administração científica de Taylor

No final do século XIX um jovem engenheiro chamado Frederick Winslow Taylor criou a Administração Científica, fundamentada sobre quatro princípios:

  • Separar quem planeja de quem executa as tarefas;
  • Selecionar os empregados para execução de tarefas específicas;
  • Dar treinamento, para a realização das tarefas com perfeição;
  • Controlar os processos, garantindo que o planejado seja realizado.

Fazendo um paralelo com a Teoria de Taylor, o Ragtime na época era um tanto engessado, ainda não era propriamente o Jazz, pois sua música não contava com o improviso.  Ele era planejado, registrado em partituras e executado por músicos treinados, de forma similar ao controle de processos de Taylor, onde o que foi planejado (escrito em partituras) era realmente executado.

Após uns 30 anos do início da implementação das teorias de Taylor, surgiu um médico australiano de nome Elton Mayo que realizou uma importante pesquisa em Chicago, nos EUA. Seus levantamentos começaram a discordar do que era preconizado por Taylor, principalmente no tocante aos trabalhadores que deveriam ser tratados como seres humanos e não como instrumentos de produção.

Elton Mayo desenvolveu a Teoria das Relações Humanas que revolucionou o ambiente empresarial, onde os empregados eram respeitados e ouvidos. Foi o nascimento da função social das empresas.

Vejam que Mayo criou algo que tem uma perfeita sintonia com o Jazz, onde os músicos são ouvidos e respeitados, e possuem uma enorme satisfação e envolvimento com a arte.

O estilo musical Jazz foi evoluindo ao longo do tempo, dando mais liberdade de criação aos seus participantes, assim como as teorias focadas em gestão também foram evoluindo, como, por exemplo: Administração Participativa, Administração Holística, Qualidade Total, Reengenharia, Benchmarking, etc.

Chegamos ao século XXI, onde tudo está mudando na velocidade da luz, que transita nos modernos sistemas digitais interligados por fibras ópticas.

Jazz modernos – conjugação de estilos musicais

O Jazz atual é uma miscigenação de estilos antigos somados a modernas técnicas musicais e instrumentais, com pitadas de música eletrônica e softwares avançadíssimos e a evolução não irá parar.

Nas empresas, estamos tentando acompanhar o que vem ocorrendo com a globalização e temos que recuperar o tempo perdido. Muitas administrações ainda seguem o que era preconizado no século passado e não estão percebendo este novo mundo.

Mesmo estando antenados no futuro e nos modismos em processos de gestão, os velhos conceitos desenvolvidos durante décadas, não devem ser esquecidos e sim somados às novas teorias.

As citações de Taylor, Fayol, Elton Mayo ainda servem de base para modernos conceitos gerenciais, óbvio, devidamente adaptados para os dias atuais.

Desta forma como na moderna linguagem do Jazz, podemos desenvolver e implementar novos conceitos focados no bem mais precioso das organizações: o homem, sem o qual nada acontece e a música sai do tom e do ritmo.

Empresas globais devem agir como grupos jazzísticos valorizando e enaltecendo seus talentos, sem os quais por certo a banda entrará em descompasso e as empresas terão dificuldades em sobreviver neste novo cenário.

Conteúdo desenvolvido para as Palestras Motivacionais – Projeto Tocando sua Empresa

www.vitaleweb.com.br

 

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