Para entendermos um pouco das dificuldades que nossos antecessores tiveram, para levarem serviços de comunicação nos pontos mais distantes do nosso Brasil, registramos e ressaltamos a importância de uma figura lendária, o Marechal Rondon, designado com muita justiça como o Patrono das Telecomunicações no Brasil.
Também é importante abordarmos o que foi feito a partir dos anos 70, quando da criação da Telebrás, cujo grande mérito foi o de deixar a nação, um legado altamente positivo com a estruturação de uma base sólida composta por brilhantes profissionais e um parque fabril competente.
Em Campinas foi implantado o CPQD, centro de P&D que até hoje serve como referência em toda a America Latina e de onde são desenvolvidos equipamentos e produtos da mais alta qualidade e desempenho.
Não podemos deixar de ressaltar que centenas de empresas de serviços também foram criadas, justamente para atender a enorme demanda por serviços de qualidade.
Todo este conjunto de forças conjugadas, estão servindo de base para os atuais planos de expansão pós privatização.
Vamos contar um pouco de história:
De origem indígena, por parte de seus bisavós, Rondon ficou órfão muito cedo e foi criado pelo avô. Mudou-se para o Rio de Janeiro onde ingressou na Escola Militar.
Cursou a Escola Superior de Guerra e participou ativamente dos movimentos abolicionistas e republicanos.
Assumiu tempos depois a Chefia do Distrito Telegráfico do Mato Grosso tendo sido designado para a comissão de construção da linha telegráfica interligando Mato Grosso e Goiás.
Naquele período, o Governo Republicado tinha como meta a melhoria da comunicação dos grandes centros com essas regiões remotas e fronteiriças.
Rondo cumpriu sua missão abrindo caminhos, explorando terras, construindo linhas telegráficas e fazendo importantes levantamentos topográficos da região.
Aproveitou para realizar importantes contatos com tribos indígenas locais.
A ocupação do estado de Rondônia foi facilitada pelos trabalhos conduzidos por Rondon, somados com a construção da ferrovia Madeira – Mamoré.
Teve importantes missões no desbravamento da Região Amazônica, sendo que em 1914 realizou uma expedição, acompanhado pelo então presidente dos Estados Unidos da América, Theodore Roosevelt.
Nas suas andanças fez contatos com muitos povos indígenas, sempre respeitando a cultura nata desses povos, sem jamais ter levado a morte ou o horror dos brancos a eles.
Rondon desbravou novos rincões, tal e qual o que aconteceu a partir do século 17, em que as terras do interior do país passaram a ser exploradas por expedições pioneiras chamadas de Entradas e Bandeiras.
As Entradas eram expedições oficiais, organizadas pelo governo da autoridade colonial.
Já as Bandeiras tinham motivação particular, eram organizadas pela população de colonos que se estabeleceram nos povoados.
No final do século passado, com o processo de privatização do Sistema Telebrás, tivemos a entrada de diversas organizações internacionais, que estão colaborando com o surto desenvolvimentista nacional, atrelado aos preceitos globais de convergência de meios, trazidos pela introdução no seio da sociedade mundial, da internet.
Sabemos que empresas privadas buscam lucros, nada mais natural, em contrapartida são obrigadas a disponibilizarem excelentes serviços a preços compatíveis aos usuários e com a realidade do país.
Pela nossa grande extensão territorial, contando com aproximadamente 5565 municípios, grande parte deles não são atendidos de forma competente, infelizmente as grandes operadoras procuram explorar locais onde o ROI (retorno sobre o investimento) é garantido.
Como a exigência por parte da sociedade é crescente, toda a comunidade quer se conectar, exigindo com que os serviços sejam disponibilizados com presteza em todos os municípios brasileiros, com qualidade e baixos valores.
Uma das saídas foi a estruturação do Plano Nacional de Banda Larga, cuja finalidade básica é a disponibilização de internet para todo o pais, com custeio realizado pelo governo.
Para a felicidade geral, a Telebrás foi reativada. Achei a atitude simplesmente brilhante, além do mais, a sua marca que era respeitada até a privatização, poderá se tornar um novo ícone, ajudando e facilitando o aspecto social de fazer o povo se comunicar, e se integrar a rede mundial.
No meu caso a satisfação é redobrada, pois trabalhei durante anos no antigo Sistema Telebrás e dediquei parte da minha vida a uma causa nobre e torço pelo sucesso da nova estrutura.
Sem sombra de dúvidas, afirmo categoricamente que aquela estrutura antiga da velha Telebrás, mesmo engessada por uma série de problemas intrínsecos da época, criou metodologias e nos ensinou como os projetos devem ser conduzidos com sucesso. Foi um grande MBA.
A nova Telebrás irá chegar aonde as operadoras não chegam.
Não dá para tampar o sol com a peneira, o povo quer banda larga e acesso irrestrito à rede mundial.
Em breve teremos todos os municípios brasileiros interligados à rede mundial e toda a população será beneficiada.
Não existe mais a possibilidade de ficarmos isolados neste mundo globalizado, temos sede por comunicação em tempo real, não existe mais distância, estamos a um clique de qualquer pessoa em qualquer lugar do mundo.
Como Rondon, a nova Telebrás irá levar serviços de banda larga e internet para os mais distantes rincões brasileiros, cumprindo a saga do velho Marechal, em corroborar com seus préstimos, para que haja uma comunicação integrada e eficiente entre os nossos irmãos brasileiros.
Fico esperançoso que com a nova Telebrás, consigamos estimular a concorrência a prestar melhores serviços e trazendo aos usuários “auto-estradas” que conduzirão o Brasil a uma nova época, da comunicação interativa em tempo real, com a facilitação de acesso a informação para todas as camadas da população.
Para finalizar transcrevo um trecho do CREDO criado por Rondon, o qual demonstra sua visão de futuro e crença neste nosso pais.
“Que a Ciência, a Arte e a Indústria hão de transformar a Terra em Paraíso, para todos os homens, sem distinção de raças, crenças, nações – banido os espectros da guerra, da miséria, da moléstia.”
“Que ao lado das forças egoístas – a serem reduzidas a meios de conservar o indivíduo e a espécie – existem no coração do homem tesouros de amor que a vida em sociedade sublimará cada vez mais”.
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