A chamada Zona “T”
Tenho observado uma degradação acentuada nas nossas redes aéreas.
Antigamente tínhamos a chamada Zona “T” que era definida como o ponto de suporte dos cabos nos postes e tudo era regulamentado e seguido a risca.
Antes do início dos serviços de implantação de um projeto, elaborado pela operadora, “o dono” da rede elétrica era consultado para autorizar o lançamento da nova rede.
A exigência da troca de postes era frequente e custeada por quem iria implantar os novos cabos, com fiscalização rígida tanto por parte das elétricas como das próprias concessionárias.
Atualmente todo mundo “manda nas redes aéreas”. Quem chega primeiro ocupa o espaço sem seguir nenhum critério técnico.
A posteação está sobrecarregada e sendo ocupada de forma totalmente desordenada, deixando as nossas cidades com um aspecto deplorável.
Antigas Práticas Telebrás
Na época da antiga Telebrás, tínhamos as “Práticas Telebrás”: manuais técnicos de procedimentos que determinavam a implantação de cabos aéreos em postes com até 200 pares.
Normalmente num ramal, quando a quantidade de pares fosse superior aos 200 pares previstos, a rede tinha necessariamente que ser subterrânea.
Os postes eram ocupados por:
– Cabos aéreos de até 200 pares, rede elétrica secundária, rede elétrica primária, fios externos para ligação caixa terminal x usuário e em alguns casos os tradicionais transformadores.
Atualmente os postes suportam:
– Rede de empresas de TV a cabo + redes metálicas de operadoras + rede de cabos ópticos de operadoras e companhias de energia, redes primárias, transformadores, redes secundárias, braços de iluminação pública, amplificadores e dispositivos, tais como armários de distribuição aéreos e outros.
A cada lançamento de um novo cabo, o interessado livra seu espaço deixando os demais cabos ao “Deus dará”. Fiscalização nem pensar! Cada um faz o que quer! Trabalhos são realizados sem o conhecimento do dono da casa que acaba dando no que estamos presenciando: o CAOS.
Projeto cidade limpa !!!!
Além de enfeiar cidades, tecnicamente as manutenções são mais custosas e a qualidade dos serviços ofertados, precária.
As metas previstas pelo governo em prover serviços de banda larga estão sendo comprometidos por estes fatos descritos. Algo deverá ser feito para colocar ordem na casa.
Uma pergunta fica no ar: quem é responsável pela fiscalização? Se não houver cobrança, fatalmente não teremos uma solução para coibir abusos.
Como diz a antiga citação:
“Quem faz mal feito pela primeira vez, terá que refazer o mesmo serviço”.
Não é difícil compreender que os gastos serão no mínimo duplicados, consequentemente trazendo sérios prejuízos para quem opera os serviços e para os usuários que irão pagar a conta.