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set 07

NetCom 2019 – Workshop – Infraestrutura de Telecomunicações

02/09/2019

1º Workshop RTI de Compartilhamento de Postes atrai grande público

Deborah Moreira*
Comunicação SEESP

O “1º Workshop RTI de Compartilhamento de Postes”, durante a NETCOM 2019, atraiu centenas de visitantes da feira do setor de telecomunicações e tecnologia, no Pavilhão Verde do Expo Center Norte, em São Paulo (SP). O espaço dedicado às palestras lotou com profissionais do ramo que puderam fazer perguntas ao final de cada exposição. Entre os palestrantes, diretores do SEESP e Marcius Vitale, coordenador do Grupo de Infraestrutura de Telecomunicações do SEESP, que fez a abertura do encontro e coordenou o workshop.

Palestra sobre Interface da NR10 e NR35 em manutenção de redes de telecomunicações, com Aguinaldo Bizzo, diretor do SEESP.

workshop bizzo marcius publico
Apresentação do Engenheiro Agnaldo Bizzo

Fotos: Izilda França

workshop marcius
Engenheiro Marcius Vitale


Na abertura, Vitale deu um panorama geral sobre as condições das redes aéreas de telecomunicações no Brasil, que se tornaram um emaranhado de fios e cabos, colocando em risco a vida de profissionais e de quem passa por baixo delas. Fez uma breve apresentação sobre as propostas que seriam apresentadas durante a programação, com foco na implantação das cidades inteligentes, internet das coisas e a chegada do 5G.

“Avalio como uma participação muito positiva do setor. Causou comoção positiva, por exemplo, a exposição do Bizzo, pela sua competência em expor a importância da aplicação das normas, ainda mais nesse contexto em que estamos vivendo, em que estão sendo revistas. Tem que ter responsabilidade e seriedade nisso. As entidades do setor precisam estar alertas”, disse Vitale, referindo-se à atividade “Interface da NR10 e NR35 em manutenção de redes de telecomunicações”, proferida pelo diretor do SEESP Aguinaldo Bizzo de Almeida.

Bizzo ressaltou, entre outras coisas, a importância da aplicação das normas regulamentadoras NR 10, que regula o trabalho com eletricidade, e NR 35, que regula o trabalho em altura, ambas essenciais para as telecomunicações e que, segundo Bizzo, vêm sendo negligenciadas. Por isso, o engenheiro eletricista e de segurança do trabalho enfatizou aos presentes a importância do treinamento dos profissionais para preservação das vidas, tendo em vista a grande quantidade de acidentes e mortes causadas no setor.

Painel de debates “Novas tecnologias para compartilhamento de infraestrutura de redes de telecomunicações” que abordou a Microtecnologia. 

Na sequência, durante o “Painel de debates – Novas tecnologias para compartilhamento de infraestrutura de redes de telecomunicações”, Vitale, que é CEO da Vitale Consultoria, juntamente com Luiz Felipe Lorenzoni de Oliveira, principal Outside Plant Planning Eng. Specialist da CenturyLink; e Marco Antonio Rodrigues, diretor comercial da Tecnexus;
abordaram a microtecnologia, que promete solucionar o problema do volume de fios e cabos nos postes. Segundo Macius Vitale, já existem pequenos dutos, os microdutos, onde é possível lançar até sete microcabos ópticos em cada um deles. “Se for elaborado um projeto mais específico, é possível colocar um número maior de microcabos. Mas aí entram normas sobre compartilhamento de redes que precisam ser detalhadas no projeto”, explicou o consultor.

Segundo o Vitale, existem dois caminhos que podem ser seguidos para a diminuição do número de cabos aéreos. Uma deles é enterrar os cabos em uma vala aberta, o que também resolveria a poluição visual. Outra forma é fazer a aglutinação de cabos dentro do microduto aéreo. “Agora, a mesma coisa pode ser feita no subterrâneo. A grande vantagem da microtecnologia subterrânea e que dá para usar o espaço entre o meio fio e a capa asfáltica, entre a calçada e a rua, onde é possível abrir uma microvala. Nela, que tem cerca de três centímetros de largura e 30 centímetros de profundidade, é possível a instalação de alguns microdutos. Depois, é tampada com asfalto frio”, detalha o coordenador do Grupo de Infraestrutura de Telecomunicações do SEESP. Existe, inclusive, um equipamento específico para isso, chamado Serra Clipper, que faz esse corte: uma interferência mínima nas vias, o que, facilita para a administração publica do ponto de vista financeiro, minimizando gastos.

workshop marcius mesa microtecnologia
Engenheiros: Marcius Vitale, Marco António Rodrigues e Luiz Felipe Lorenzoni


Case da Cidade de Bauru

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Engenheiro Carlos Kirchner


Carlos Augusto Ramos Kirchner, diretor do SEESP e da Kirchner Consultoria, encerrou o workshop apresentando o “Case de sucesso de Bauru”, município no interior paulista onde ele integra a Comissão de Infraestrutura Aérea Urbana (Coinfra), prevista pelo Decreto 13.559/17 – com representantes do governo, da sociedade civil e das empresas – , para discutir soluções no reordenamento de fios e cabos e coordena ações conjuntas com o objetivo de fazer valer as leis municipal(nº 6.679/2016) – que dispõe sobre a obrigatoriedade da concessionária de serviço público de distribuição de energia elétrica, no caso a CPFL Paulista, regularizar o emaranhado, bem como notificar as operadoras responsáveis pelos cabos -, e federal, a Lei Geral de Antenas (nº 13.116/17).

“A Prefeitura chegou a aplicar algumas multas, mas percebeu que esse não era o melhor caminho para resolver o problema. Foi realizada, então, uma reunião com representantes da CPFL e, depois, outra reunião que incluiu representantes das empresas de telecomunicação e internet. Entramos num acordo para que todas as empresas retirassem cabos ‘mortos’ ou irregulares. Fizemos um teste que durou três meses que começou em 1º de abril de 2018 e, a partir daí, dividimos a cidade em 12 quadrantes e traçamos um cronograma de trabalho”, detalhou Kirchner.

Segundo o diretor do SEESP, até julho de 2019 foram retirados 1.500 quilômetros de cabos, o que equivale, em peso, a 34 toneladas. A previsão é que o cronograma se encerre no dia 31 de março de 2020.

“Fizemos isso para não aplicar multas. Estamos satisfeitos porque ao retirarem os cabos ‘mortos’ ou irregulares, sobrou mais espaço nos postes, melhorando um pouco a situação. Se a Anatel e as empresas envolvidas chegarem a um acordo sobre o compartilhamento de postes, ficará melhor ainda”, completou.

Até o momento, cerca de 50 municípios possuem legislação própria sobre o tema. Os esforços estão surtindo resultados, como é o caso de Bauru.

A grande maioria dos especialistas que participou do workshop, ocorrido na quinta-feira (29/8), lembrou que muitas normas regulamentadoras estão passando por revisões neste ano, com consultas e audiências públicas, e que podem ser incluídas especificidades do setor de telecomunicações.


* Com informações da assessoria de imprensa do SEESP.

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