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dez 10

Ocupação de Postes – Telcomp investe em Campo de Provas

TelComp investe em campo de provas e fomenta revisão de norma sobre ocupação de postes

Como parte do movimento de revisão da Norma Técnica ABNT NBR 15214, liderado pela TelComp, a entidade anuncia uma previsão de investimento de R$ 3 milhões para a construção de um campo de provas aberto e neutro, suportado pela Academia, para a realização de provas e ensaios que ajudem a definir critérios técnicos e melhores práticas para a ocupação de postes em todo o Brasil.

O projeto será custeado pelas empresas associadas à TelComp e será executado em parceria com a FITec e a Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC–Campinas). Além de auxiliar na revisão da norma, o campo de provas permitirá testar novas soluções e processos à medida que a inovação avança no setor de telecomunicações.

Desde 2020, a TelComp vem liderando movimento de revisão da Norma Técnica ABNT NBR 15214. Criada em 2005 para definir os critérios de ocupação dos postes, a organização aponta a necessidade de sua atualização com o objetivo de atender novas demandas de infraestrutura e se adequar às novas tecnologias de suportes, cabos e equipamentos no segmento.

“O campo de provas é um projeto totalmente inédito no Brasil, que conta com parceria de entidades importantes, como a FITec e a PUC-Campinas, e que visa criar soluções baseadas em critérios técnicos e de segurança para a ocupação dos postes no Brasil. Os resultados e soluções levantados no campo de provas farão toda a diferença para a ocupação desses equipamentos”, defende Marcius Vitale, engenheiro elétrico e consultor em infraestrutura.

“Os testes de campo nos permitem fazer simulações perfeitas do que as equipes de Telecom e das concessionárias de energia encontram nas ruas. Mais que isso, nos permitem testar e checar as soluções mais adequadas para cada tipo de problema. Os resultados do projeto contribuirão muito para solucionarmos os principais desafios da ocupação de postes em nossas cidades”, afirma Vitale.

Por que a NBR 15214 precisa ser atualizada

A Norma foi elaborada com o objetivo de estabelecer os requisitos técnicos para o compartilhamento de infraestruturas de redes de distribuição de energia elétrica com as redes de telecomunicações, em consonância com Resolução no 581 de 29/10/02 da Aneel e as Diretrizes da Resolução Conjunta no 1 de 24/11/99. Por meio delas, Aneel, Anatel e ANP aprovaram o Regulamento Conjunto para Compartilhamento de Infraestrutura entre os Setores de Energia Elétrica, Telecomunicações e Petróleo.

Desde sua criação, a NBR 15214 não passou por nenhum processo de revisão, embora o setor de energia e telecomunicação esteja completamente diferente do cenário de 17 anos atrás – o segmento não apenas cresceu, como integrou novas tecnologias desenvolvidas. A falta de uma revisão que contemple essa transformação tem colaborado para o crescimento alarmante da ocupação de postes, que vem ocorrendo de maneira desordena, principalmente nas grandes cidades.

Em relação à defasagem da NBR 15214, a Telefônica procurou a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e propôs sua revisão. A ABNT acatou a solicitação e, em setembro de 2020, a TelComp foi convidada a compor a comissão de estudo, dividida em três grupos de trabalho (GTs):

• GT-01: faixa de compartilhamento;

• GT-02: padronização da acomodação dos equipamentos;

• GT-03: identificação de cabos e equipamentos.

Em nossa avaliação, os pontos críticos que precisam ser revisados são:

• Faixa de ocupação e dimensionamento dos ocupantes dentro da faixa

• Quantidade de ocupantes em um mesmo ponto de fixação

• Padronização da acomodação das reservas técnicas ou voltas técnicas para equipamentos de telecomunicações


• Padronização das redes de iluminação pública e controle de sinalização de semáforos


• Sobreposição de equipamentos dos ocupantes com os equipamentos das distribuidoras

• Ponto para passagem de fios assinante em travessias de ruas e avenidas

• Pontos relevantes a serem adotados para a instalação de equipamentos de 5G nos postes (small cells, alimentação das unidades, interligação com cabos ópticos, outros).

Vale frisar que o processo de revisão da norma é capitaneado por representantes de três segmentos distintos: a indústria, o consumidor e as entidades neutras, como associações, universidades etc.

Entidade Gestora Nacional de Infraestrutura

Para concluir essa série de propostas relacionadas à revisão da NBR 15214 e à questão da ocupação ordenada dos postes no Brasil, a TelComp e suas associadas entendem que o problema das redes aéreas e subterrâneas é nacional. Portanto, necessita ser tratado de modo coordenado, sob uma gestão única, com diretrizes claras e fiscalização contínua.

Por isso, apresentamos a proposta de criar um Grupo de Trabalho de Coordenação de Compartilhamento de Infraestrutura – Postes, composto pela Anatel, Aneel, Ministério das Comunicações, Ministério de Minas e Energia e associações setoriais, com a finalidade estratégica de orientar, disciplinar e fiscalizar a regularização da ocupação dos postes, definindo metas e monitorando todo o processo. Para isso, será criada uma Entidade Gestora Nacional de Infraestrutura, sem fins lucrativos, responsável pela operacionalização desse compartilhamento de infraestrutura.

A função da entidade é organizar a ocupação nos postes, fazendo a gestão e a regularização das infraestruturas compartilhadas e dimensionando a infraestrutura. Um ator muito importante nesse processo é o zelador, responsável pela fiscalização e acompanhamento das atividades de reordenamento. São empresas locais terceirizadas, com expertise em atividade de manutenção de redes aéreas, que utilizarão um software de monitoramento capaz de uniformizar as informações em todo o País. Contarão, inclusive, com um carro equipado com câmeras inteligentes, capazes de fazer a leitura dos postes, fiscalizando até 1200 unidades por dia, dez vezes mais que a capacidade de uma equipe humana.

Tendo em vista que a entidade não terá fins lucrativos, as receitas produzidas pela maior eficiência podem ser convertidas na aceleração da regularização dos postes. Estima-se um prazo de dez anos para readequar um universo de 10 a 12 milhões de postes no Brasil. Não se trata de uma solução milagrosa, mas de uma abordagem com regras claras para a solução efetiva desses problemas.

“Todo o trabalho de revisar a NBR 15214, de construir um campo de provas para testar soluções apropriadas, é perdido se não tivermos uma fiscalização capaz de fazer valer as recomendações técnicas. Sabemos que o problema de ocupação de postes está presente em todo o país. Felizmente, hoje temos tecnologia apropriada para fiscalizar e manter as ocupações com conformidade. Acredito muito no papel da entidade e espero que ela, de fato, seja criada e possa nos respaldar na solução do problema”, finaliza Vitale

Conteudo Criado – Vianews

www.telcomp.org.br

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